VI Domingo do Tempo Comum

16 de fevereiro de 2025

«Bem-aventurados... Ai de vós, ...»

(Lc 6, 17.20-26)

Uma palavra fraterna...

O Evangelho de hoje, conduz-nos a essa planície, local onde Jesus proclama, com solenidade, as Bem Aventuranças..

Anúncio, que não nos deixa indiferentes, pois, quando O escutamos, quase que nos provoca. Proclamar bem-aventurados os pobres..., os que têm fome..., os que choram.... os que são perseguidos.... interpela as nossa certezas...

Talvez, até nos perturbe, interiormente, porque se situam na contra corrente daquela que é a proposta que o mundo nos faz, nos dias de hoje e, de sempre...

Este, não é na verdade, o modelo com que nos identificamos, por muito que o queiramos, não nos conseguimos distanciar da proposta que o mundo nos atrai: poder, riqueza, bem-estar, ausência de preocupações, ... uma atitude fortemente marcada pelo egoísmo, pelo egocentrismo, pelo hedonismo.

De certo modo, o Evangelho questiona-nos, a nós mesmos, em quem confiamos, ou, quais os valores que orientam os nossos critérios, as nossa opções..

As lamentações, as ameaças que o Evangelho enuncia, dirigem-se, a todos aqueles que vivem satisfeitos e instalados no seu comodismo, no seu bem-estar, no conforto, sem se preocuparem minimamente com o sofrimento dos outros.

E, sendo causa desse mesmo sofrimento, sobretudo dos mais frágeis.

Ameaças. que nos advertem, desafiam-nos a estar vigilantes, a reconhecer que na partilha, na generosidade, na solidariedade, subsiste uma felicidade maior, só tangível quando, no desprendimento e despojamento, se descobre e experiência essa confiança incondicional no amor de Deus para connosco.

Critério e opção de Cristo...

Razão pela qual, as Bem-aventuranças, são na verdade, o retrato, o espelho de Cristo e o Seu modo de estar e agir...

Condição e critério para todo o discípulo, para toda a Comunidade.

Para todos, e através de cada um de vós, junto daqueles que mais precisam, uma palavra de conforto, esperança, ânimo e coragem.

Fraternalmente, Pe. João Valente.