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XX Domingo do Tempo Comum



18 de agosto de 2024

«A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida.»
(Jo 6, 41-51)

Uma palavra fraterna.
Com uma declaração solene, iniciada pelas palavras "Eu Sou", Jesus anuncia que é «o pão vivo descido do céu». Quem comer deste pão «viverá para sempre. Jesus identifica este pão com o Seu corpo.

Explicação que se desenvolve a partir da pergunta: «Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?». Uma leitura literal destas palavras conduz-nos ao escândalo. Leitura que Jesus não rejeita. Explicação que tem uma conotação eucarística e, que nos introduz no contexto das primeiras comunidades cristãs.

A promessa de vida, relaciona-se diretamente com a paixão e morte sacrificial de Cristo.

O autor situa-se assim diante daqueles que só valorizavam a dimensão celeste de jesus e negavam a Sua natureza plenamente humana.

Explicita-se, por sua vez, a dimensão relacional da participação na eucaristia. Esta considera-se uma mediação, para «permanecer» em Jesus, do mesmo modo que Ele permanece no Pai.

A diferença deste pão com o maná que, no livro do Êxodo, se denomina «pão do céu», é o seu caracter de eternidade. Trata-se de uma diferença qualitativa que acentua o alcance soteriológico da adesão a Jesus.

A fé dos seus seguidores é alimentada por ele. Não basta assistir a esta ceia. Os discípulos são convidados a «comer». Para alimentar a nossa adesão a Jesus Cristo necessitamos reunir-nos para ouvir as Suas palavras e guardá-las no coração; e aproximar-nos da comunhão com Ele, identificando-nos com o seu estilo de vida. Nenhuma outra experiência nos pode oferecer alimento mais sólido.
Não devemos esquecer que «comungar» com Jesus é comungar com alguém que viveu e morreu «entregando-se» totalmente pelos outros. Jesus insiste nisso. O seu corpo é um «corpo entregue» e o seu sangue é um «sangue derramado» para a salvação de todos. É uma contradição aproximar-nos da «comunhão» com Jesus resistindo egoisticamente a viver para os outros.

Não há nada mais central e decisivo para os seguidores de Jesus do que a celebração desta Ceia do Senhor. Por isso devemos cuidá-la tanto. Bem celebrada, a Eucaristia molda-nos, une-nos a Jesus, alimenta-nos com a sua vida, familiariza-nos com o Evangelho, convida-nos a viver numa atitude de serviço fraterno e sustenta-nos na esperança do reencontro definitivo com Ele. Para todos, e através de cada um de vós, junto daqueles que mais precisam, uma palavra de conforto, esperança, animo e coragem.

Fraternalmente, Pe. João Valente.
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